Qual a importância da realização do inventário do ativo imobilizado e quando deve ser feito?
A realização do inventário do Ativo Imobilizado é uma das atividades mais críticas para a gestão patrimonial e contábil de uma empresa. Vamos detalhar sua importância e a periodicidade.
1. Importância do Inventário do Ativo Imobilizado
O inventário vai muito além de uma simples "contagem de bens". Ele é uma ferramenta de gestão fundamental por várias razões:
Precisão Contábil e Financeira:
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Balancete Confiável: Garante que os valores registrados no Balanço Patrimonial (no grupo do Ativo Imobilizado) correspondem aos bens que a empresa realmente possui.
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Cálculo Correto da Depreciação: A depreciação é calculada com base no valor e na vida útil do bem. Se um bem não está inventariado, sua depreciação não é contabilizada, distorcendo as despesas e o lucro líquido.
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Suporte para Auditoria e Fiscalização: Um inventário bem feito é a principal evidência para auditores internos, externos e fiscais (como a Receita Federal), comprovando a existência e o estado dos bens.
Controle Patrimonial e Segurança:
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Combate a Perdas e Furtos: Ao saber exatamente o que se tem e onde está, a empresa pode identificar mais facilmente extravios, desvios ou utilização indevida dos bens.
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Localização Rápida: Facilita a localização de um ativo específico quando necessário para manutenção, transferência ou verificação.
Tomada de Decisão Gerencial:
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Planejamento de Manutenções: Identifica bens que necessitam de reparos, revisões ou substituição, permitindo um planejamento orçamentário para manutenção.
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Análise de Ociosidade: Revela quais ativos estão subutilizados ou parados, permitindo que a empresa tome decisões sobre sua venda, doação ou realocação, liberando capital imobilizado.
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Planejamento de Investimentos: Fornece dados concretos sobre a idade, estado técnico e capacidade dos equipamentos, auxiliando na decisão de comprar novos ativos ou modernizar a frota.
Conformidade Legal e Tributária:
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Obrigatoriedade Legal: A legislação societária brasileira (Lei 6.404/76) e as Normas Brasileiras de Contabilidade exigem que as empresas mantenham um controle patrimonial adequado.
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Defensoria em Caso de Fiscalização: Em uma fiscalização, a ausência de um inventário pode gerar autuações e questionamentos sobre a composição do patrimônio.
Suporte a Seguros e Financiamentos:
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Valor de Seguro: Para apólices de seguro, o inventário serve como base para definir a cobertura adequada dos bens.
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Garantia para Empréstimos: O Ativo Imobilizado pode ser usado como garantia em operações de financiamento. Um inventário preciso é essencial para a valuation (avaliação) desses bens.
2. Quando Deve Ser Feito o Inventário?
A periodicidade do inventário pode variar, mas segue algumas diretrizes claras:
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Anualmente (Obrigatoriedade):
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É a periodicidade mínima e obrigatória para a maioria das empresas, devendo ser realizado até a data do encerramento do Balanço Patrimonial (31 de dezembro, para muitas). Sua realização é crucial para a correta elaboração das Demonstrações Contábeis anuais.
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Na Troca de Gestão:
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Sempre que houver mudança de gestores responsáveis pelo patrimônio (ex.: gerentes, diretores), o inventário serve como instrumento de prestação de contas e passa a responsabilidade pelo patrimônio para o novo gestor.
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Eventos Específicos:
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Fusões, Aquisições e Cisões: É imprescindível para determinar o valor real do patrimônio que está sendo transacionado.
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Processos de Due Diligence: Investidores e compradores exigirão um inventário confiável.
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Suspeita de Perdas Significativas ou Furtos: Deve ser realizado de forma extraordinária para apurar os fatos.
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Paralisação de Atividades ou Encerramento: Para dar baixa total ou parcial do patrimônio.
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Ciclos Rotativos (Para Empresas Grandes):
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Empresas com um grande número de itens podem adotar um sistema de inventário rotativo (ou cíclico), onde diferentes setores ou categorias de bens são inventariados em meses diferentes ao longo do ano. Isso facilita a logística e mantém o controle sempre atualizado.
Conclusão:
O inventário do Ativo Imobilizado não é uma mera formalidade, mas uma ferramenta estratégica de gestão. Realizá-lo de forma precisa e periódica é investir na saúde financeira da empresa, na segurança de seu patrimônio e na qualidade de suas informações gerenciais, evitando surpresas desagradáveis e garantindo decisões mais embasadas.